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EDGAR RODRIGUES
Nasceu em 12 de Março de 1921, no Norte de Portugal.
Em 1932, ouviu - pela primeira vez - falar de idéias sociais,
escutando atrás da porta de sua casa: seu pai e alguns
companheiros conspiravam clandestinamente contra a ditadura portuguesa
(1926-1974).
Em Junho de 1936, assistiu à invasão, busca e
prisão de seu pai, pela polícia fascista lusitana: a
ditadura não tolerava oposição.
No mesmo ano de 1936, entrou na estrebaria da polícia
política (PIDE), na rua Heroísmo, cidade do Porto, para
ver seu pai.
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Nesta época, já fazia
muitas
anotações, guardava opúsculos, panfletos e
pequenas publicações contra
o regime autoritário, gesto de adolescente alimentado pela
vontade de
escrever um livro denunciando os crimes da ditadura. Daí por
diante,
lia tudo que falasse de idéias libertárias e
anti-fascistas.
Em 1950, ajudou o anarquista Luís Portela, foragido da fortaleza
de
Peniche, a sobreviver clandestinamente. Esse gesto ideológico de
solidariedade colocou sua liberdade em risco e procurou liberdade de
opinião no Brasil, em Julho de 1951 (embarcou a 20/07 e chegou a
05/08). Enfim, pode pensar em voz alta.
Relacionou-se com pessoas ligadas à imprensa e passou a divulgar
as
barbaridades da GESTAPO lusitana. Deu entrevistas e abriu um amplo
espaço na imprensa libertária e alternativa de
países da América e da
Europa.
Em 1957, publicou seu primeiro livro: NA INQUISIÇÃO DE
SALAZAR, começado em pedaços de papel de embrulho, no
Norte de Portugal.
Em 1958, publicou o segundo livro: A FOME EM PORTUGAL; em 1962, O
RETRATO DA DITADURA PORTUGUESA; e em 1963, PORTUGAL HOI. Os três
primeiros no Rio de Janeiro e o último naVenezue1a.
Preocupado com a “acção e a liberdade" da polícia
política portuguesa no Rio de Janeiro, obteve a nacionalidade
brasileira.
Ao longo dos 48 anos no Brasil, participou de alguns congressos
anti-fascistas e libertários, deu entrevistas ao Jornal do
Brasil,
Folha de São Paulo, a jornais de Santa Catarina, Minas Gerais,
respondeu a Enquetes de Ateneus Libertários da Espanha,
revistas,
"Tierra y Libertad", México (depois da queda da ditadura):
Revista
Popular; A IDÉIA; UTOPIA e "Vida e obra". Quatro
exposições de uma
semana cada, na Biblioteca Pública Florbela Espanca
(Matosinhos), e nos
salões da Junta da Freguesia de Lavra (lugar onde nasceu), e na
Escola
Musical e Arte Dramática de S. Mamede.
No Rio de Janeiro - São Paulo, participou comentando o teatro
social no
filme de curta metragem “O SONHO NÃO ACABOU" e duas de suas
obras
serviram de matéria prima para o filme (também curta
metragem)
"LIBERTÁRIO" (os dois filmes são periodicamente exibidos
em universidades, museus, e na televisão).
Ajudou a fundar o CENTRO DE ESTUDOS PROFESSOR JOSÉ OITICICA no
Rio de Janeiro. Pertence ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro
e à A.B.I. (Associação Brasileira de Imprensa).
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